Para ser chamada de clássico, uma obra precisa atravessar gerações se mantendo atemporal – ou seja, tratar de questões humanas como se tivesse sido escrita ontem mesmo. Muitos deles também costumam inspirar adaptações, seja no cinema, no teatro ou na TV. Com Os Miseráveis (Les Misérables, originalmente), livro publicado pelo escritor francês Victor Hugo, foi (e é) assim.
Lançado simultaneamente em 7 cidades europeias e no Rio de Janeiro, o livro foi sucesso imediato. A história, sobre a miséria e desigualdade social na França da primeira metade do século 19, começou a ser escrita 30 anos antes de ser publicada, em 1862.
Você conhece?
Resumo de Os Miseráveis
Depois de 19 anos preso, Jean Valjean é libertado e só é tratado com bondade pelo bispo de Digne (de quem Valjean rouba talheres de prata, é preso novamente e liberado graças ao bispo). Depois de decidir reconstruir a vida com dignidade, ele se muda de Paris, troca de nome, torna-se prefeito da cidade Montreuil-sur-Mer e proprietário de uma fábrica. Uma de suas funcionárias, Fantine, tem uma filha ilegítima e acaba sendo demitida por exigência das outras trabalhadoras.
Desesperada, ela vende seus cabelos e se torna prostituta, para pagar os remédios da filha, Cosette. Prestes a ser presa por causa de uma briga pelo inspetor Javert, Valjean interfere e impede a prisão. Quando o prefeito ergue uma carroça para resgatar um homem, Javert, que conhecia Valjean da época da prisão, lembra-se da sua força sobre-humana e passa a persegui-lo novamente.
Com Fantine no hospital, Valjean promete que vai proteger Cosette e consegue fugir de uma tentativa de prisão. Ela vive com os Thénardier, que a forçam a trabalhar e aceitam dinheiro do prefeito em troca da menina, que é levada a Paris. Nove anos mais tarde, na capital, uma agitação popular faz com que os Thénardier voltem a procurar Cosette. Ela acaba se apaixonando por Marius, um estudante revolucionário, e, reviravoltas depois (inclusive a morte de Javert), o casal descobre a verdadeira história de Jean Valjean.
Adaptações para o cinema e para a TV
Foram inúmeras adaptações, entre longas e minisséries, inspiradas na íntegra ou em fragmentos da obra. Houve até versões em japonês e indiano e uma novela brasileira, exibida pela TV Bandeirantes em 1967. A mais recente foi o musical de 2012 estrelado por Hugh Jackman (no papel de Jean Valjean) e Anne Hathaway (Fantine). A adaptação concorreu ao Oscar de melhor filme, o que não acontecia com um musical há dez anos, mas acabou não levando. Anne Hathaway ficou com a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante. O filme ganhou ainda os prêmios de Melhor Mixagem de Som e Melhor Maquiagem.
Os Miseráveis, musical da Broadway
A trajetória de Jean Valjean é um verdadeiro hit entre os musicais: é o quinto com mais tempo em cartaz na Broadway (depois de O Fantasma da Ópera, Cats, Chicago e O Rei Leão). A versão londrina é a mais antiga da história, com 32 anos em cartaz. Já foram realizadas mais de 51 mil performances profissionais em todo o mundo, vistas por cerca de 70 milhões de pessoas em 44 países. Canções compostas para a peça, como I dreamed a dream, também acabaram virando verdadeiros clássicos.
Lá se vão 8 anos desde que o Britain’s Got Talent presenteou a internet com a apresentação de Susan Boyle. <3
Os Miseráveis em São Paulo
Para os amantes da obra (e dos musicais), São Paulo recebe, pela segunda vez, uma versão de Os Miseráveis. Ela foi escrita em 2010 por Alain Boublil e Claude-Michel Schönberg para comemorar os 25 anos da peça em Londres.
A produção original abriu o Teatro Renault (antigo Teatro Abril) na capital paulista, em 2001.
Cada apresentação da megaprodução envolve 110 pessoas, 392 trajes completos (feitos a partir de 1782 itens de vestuário e 31 perucas)!
O musical fica em cartaz no Teatro Renault (Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411, Bela Vista) até 30 de julho. As sessões acontecem de quinta a domingo (qui. e sex., 21h, sáb., 16h e 21h e dom. 15h e 20h). Os ingressos variam de R$ 50,00 a R$ 330,00 (a inteira) e estão à venda pela internet e em pontos de venda da Tickets for fun.
Fica mais um pouco!
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