Se você está tentando engravidar, é importante estar preparada para a enxurrada de informações sobre tudo o que pode dificultar ou impedir a sua gravidez. A hidrossalpinge entra na lista dos dificultadores. Considerada um tipo de infecção, a hidrossalpinge é o acúmulo de líquido seroso (fluido denso, rico em proteínas) nas trompas de Falópio, causando uma obstrução na região.
Segundo Fernanda Araújo Pepicelli (SP), ginecologista e obstetra, a hidrossalpinge acontece “quando a tuba uterina está repleta de líquido, impedindo que ela cumpra sua função. Todo mês, após a ovulação, que ocorre no ovário, as tubas servem de caminho desse óvulo até o útero. É nela que ocorre a fecundação. Elas possuem cílios que levam o óvulo ou o ovo fecundo até o útero”. De acordo com a ginecologista e obstetra Elisabeth Trezza (SP), a hidrossalpinge pode ser considerada uma infecção por poder estar relacionada à presença de clamídia ou sífilis, mas também está associada a endometriose e cirurgias abdominais prévias.
E pode ser também considerada silenciosa, já que não apresenta quaisquer sintomas, exceto problemas ligados a fertilidade. Por isso, se você é uma tentante, é importante estar em dia com seus exames ginecológicos. A hidrossalpinge pode aparecer de surpresa em um exame de rotina e dificultar as suas chances de engravidar naturalmente. A obstetra Fernanda explica: “justamente por não ter sintomas, geralmente a mulher só a percebe quando começam as dificuldades para ficar grávida”. Por isso, é para ontem a sua wish list de exames de tentante.
Por ser uma condição que não apresenta sintomas específicos, a maioria das mulheres não percebe o que está acontecendo. Eventualmente, algumas mulheres relatam dor pélvica, que pode piorar durante ou logo após a menstruação. Quando a hidrossalpinge é bilateral, ou seja, acomete as duas trompas, é comum haver queixa de infertilidade. Um exame de imagem pode identificar a hidrossalpinge. Segundo Fernanda, uma ultrassonografia já é suficiente para o diagnóstico. De acordo com Elisabeth, o histórico clínico da paciente pode ajudar no diagnóstico, além dos exames histerossalpingografia e videolaparoscopia.
A alternativa para engravidar, nessa situação, é recorre a reprodução assistida. Como a infertilidade da hidrossalpinge envolve as trompas (ou tubas uterinas), não é possível tentar a inseminação artificial. Para realizar a inseminação, a mulher deverá usar uma série de medicamentos para induzir a ovulação com o objetivo de desenvolver três folículos, nos quais estão os óvulos. Quando acontece a ovulação e o sêmen é colocado dentro do útero, os espermatozoides precisam chegar até as tubas uterinas, encontrar os óvulos formados anteriormente, fecundá-los e então formar o embrião.
Por isso, o caminho mais indicado para quem tem hidrossalpinge é a fertilização in vitro. Nesse procedimento, os óvulos fecundados são colocados diretamente dentro do útero da mulher, pulando a etapa da “viagem” entre tubas uterinas e útero. Na fertilização, os embriões viáveis são colocados no útero materno com a ajuda de um cateter especialmente desenvolvido para isso. Os demais embriões saudáveis são conservados em vidro para possivelmente serem utilizados em novas tentativas.
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