É uma daquelas tradições culturais que chocam. No Yulin Dog Meat Eating Festival acontece um dos mais macabros rituais de tortura animal. Dezenas de milhares de gatos e cachorros são massacrados anualmente para celebrar o solstício de verão na cidade de Yulin, no sudoeste da China. O governo anuncia a execução de 10 mil cachorros e 4 mil gatos, mas na prática, os números se multiplicam - não oficialmente, mais de 40 mil cachorros e 10 mil gatos serão mortos em praça pública e, depois, cozidos.
A coisa funciona assim mais ou menos assim: alguns dias antes do festival, os comerciantes expõem os animais vivos, presos dentro de jaulas. No dia 21 de junho, centenas de milhares de habitantes se reúnem na cidade para torturar e queimar os bichinhos até a morte. No fim do dia, os restos dos animais são compartilhados num grande banquete.
Na Ásia, acredita-se que a carne canina tenha propriedades medicinais. Veja bem, não é de hábitos alimentares que estamos falando. O que deixa a comunidade internacional de proteção aos animais - e todos que assistem de fora o festival - é a 'espetacularização' do sofrimento e tortura de vítimas indefesas.
A carnificina do Festival de Yulin começou uma onda de indignação mundial e pela primeira vez, o mundo se revolta para condenar a celebração. Várias petições endereçadas ao governo chinês já foram criadas e circulam pela web (se quiser assinar uma delas, clique aqui). Os próprios chineses também chamam o mundo na rede social Wimbio para se mobilizar, e vários protestos estão sendo organizados pelo país. O governo ainda não se pronunciou oficialmente contra o ato, porém mais de 30 deputados chineses já se prontificaram para proibir o Festival de Yulin. Por aqui, esperamos que 2015 signifique o fim da tradição.
Para restaurar um pouco a fé na humanidade:
- Por que você vai querer assistir o documentário sobre a vida de Malala Yousafzai
- Mulheres e mecânicas: fotos registram senegalesas desafiando a desigualdade entre os sexos
- Transexuais que redefiniram o conceito de gênero