Como qualquer trabalhadora, muitas atrizes de Hollywood já perceberam que a discrepância salarial ainda persiste pelo simples fato de serem mulheres (e, veja só, isso acaba de ser confirmado pelo ranking de igualdade de gênero, do Fórum Econômico Mundial). Estrelas como Jennifer Lawrence e Patricia Arquette, por exemplo, já se manifestaram abertamente sobre isso.
Dessa vez, quem tocou no assunto foi Mila Kunis, que publicou uma carta aberta no site A Plus, criado pelo marido, Ashton Kutcher, para denunciar atitudes sexistas com as quais se deparou ao longo da carreira. Em um dos trechos, ela conta que um produtor (cujo nome não foi revelado) a ameaçou de nunca mais conseguir trabalhar em Hollywood se não posasse seminua em uma revista para promover um de seus filmes.
Como é de se imaginar, a protagonista de Cisne Negro negou a proposta e "Adivinhem! O mundo não acabou, o filme foi um sucesso e segui trabalhando em Hollywood", escreveu. "Me senti leve ao ter dito 'não' pela primeira vez".
Mila Kunis afirmou ainda que, pelo fato de ser mulher, já se sentiu "insultada, marginalizada, menos remunerada e criativamente ignorada" durante anos na profissão. "Me dei conta que, para triunfar nessa indústria, teria que jogar com as regras dos homens, mas à medida que os anos passaram e eu ganhei experiência, entendi que tudo isso era uma merda e, pior, que eu havia sido cúmplice", confessa.
Cansada dessa situação (e empoderadíssima), ela resolveu dar um basta: disse que decidiu criar ela mesma uma produtora, com mais três mulheres. Mila enumerou ainda mais momentos em que se sentiu ofendida, por meio de comentários aparentemente inofensivos. "Recebi outra 'microagressão' de um produtor influente por e-mail dizendo Mila é uma megaestrela. Uma das maiores intérpretes de Hollywood, mulher de Ashton Kutcher e mãe de um bebê. Com este comentário, me reduziu a nada mais que a relação com um homem bem-sucedido e a capacidade de ter filhos", escreveu.
Mila Kunis terminou a carta assegurando que, a partir de agora, ao se deparar com opiniões machistas, vai encará-las de frente.