E de repente, o mundo ganhou um novo inimigo: o glúten. Tá, não foi assim tão de repente. Mas, depois de Gwyneth Paltrow, Miley Cyrus, Gisele Bündchen e mais celebridades declararem publicamente que haviam se beneficiado eliminando-o da dieta, ficou difícil mudar a essa reputação. Se procurar rótulos "Glúten free" já é rotina na ida ao supermercado, saiba que o papel de vilã da tal proteína do trigo (que também está em outros alimentos, como veremos a diante) foi posto em cheque. Tem especialista questionando a eficácia de uma dieta sem glúten e há quem defenda o método com unhas e dentes. A gente achou melhor investigar.
Fato #1: O glúten não é açúcar...
... nem sal, nem nada além de uma proteína presente em muitos cereais, caso do trigo, o malte, a cevada e o centeio. Produtos que contêm glúten levam algum ou alguns desses cereais na composição.
Fato #2: o glúten NÃO engorda
Sozinho, o glúten não ocasiona aumento de peso já que estamos falando de uma proteína sem valor nutricional ou calórico. E engana-se quem associa comida livre de glúten à bem-estar. "Alimentos sem essa proteína não são necessariamente saudáveis", comenta a nutricionista funcional Thaianna Velasco, da Clínica Helena Costa (RJ). "O produto desse tipo pode conter grande quantidade de açúcar e gordura, por exemplo, ou até mesmo ser feito com uma farinha glúten free com valor calórico parecido com a de trigo", completa.
Ao diminuir ou retirar o glúten da alimentação, deixa-se de consumir massas, pães, biscoitos e outros itens ricos em... carboidratos, ou seja, de alto valor energético. Aí, é só somar 2 e 2: a pessoa que reduz a pizza, a macarronada e o pãozinho francês vai sentir a diferença na balança.
Fato #3: o glúten não tem função no organismo
Algum órgão sente falta da proteína? Não. "O glúten não tem ômega 3, nem em vitaminas, nem em antioxidantes, portanto, sua ausência não causa nenhum impacto negativo no organismo", esclarece a nutricionista.
Fato #4: o glúten compromete a digestão
Apesar de não ser calórico e não ter função no corpo, o glúten não passa sem causar estragos porque nosso sistema digestório não consegue reconhecer suas partículas. Funciona assim: a digestão tem diferentes fases e seu objetivo é 'partir' moléculas grandes para torná-las capazes de chegar às células. "As proteínas - como o glúten - são quebradas em aminoácidos graças às enzimas digestivas. Por diferentes razões, essas enzimas podem não completar todo o trabalho, deixando sequências de aminoácidos inteiras que não serão reconhecidas pelo corpo", explica Thaianne. Isso, acredite, altera o sistema imunológico e gera uma série de danos, como você lê nos próximos tópicos.
Fato #5: o glúten pode causar problemas na tireoide
Um dos problemas relacionados ao consumo de glúten tem a ver com a tireoide, glândula responsável pela secreção de hormônios que regulam o funcionamento de todo o corpo. Para alguns especialistas, a proteína funcionaria como um gatilho do sistema imunológico e, por essa razão, teria uma ligação com doenças autoimunes - a tireoide é comumente afetada por disfunções desse tipo. "Já foi relatado que a agressão à glândula diminui após a retirada do glúten da dieta", afirma Pedro Assed, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
Por falar em tireoide, olha aí outro denominador comum com o emagrecimento: hormônios tireoidianos desregulados podem estar por trás de perdas e ganhos drásticos de peso. É o caso da Tireoide de Hashimoto, doença que inflama e compromete o funcionamento da glândula, engordando o portador rapidamente. Veja bem, o glúten não provoca o aumento de peso, ok? Contudo, pode desencadear problemas associados aos quilos extras.
Fato #6: o glúten é o vilão da doença celíaca
A intolerância ao glúten é uma doença autoimune na qual os anticorpos agridem as próprias células do organismo devido a uma reação inflamatória desencadeada pela proteína. Os celíacos não podem ingerir trigo e seus derivados (e claro, nenhum cereal ou produto que contenha o dito cujo). Do contrário, as reações são diversas: febre, prisão de ventre, vômitos, diarreia...
Só não confunda a doença celíaca com sensibilidade ao glúten - que muita gente desenvolve, mas só se manifesta em determinadas situações, como num momento de estresse.
Conclusão do caso: quer emagrecer? Reveja seus hábitos
Uma reeducação alimentar funciona mais do que qualquer outro método de emagrecimento. Cortar o glúten pode até ajudar, mas não é solução. Melhor apelar para um cardápio rico em carboidratos complexos, proteínas magras e vegetais, fazer exercícios físicos e perder peso aos poucos. Caso encerrado!
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