Pense num comercial de cerveja. Pensou na Sandy devassa, alguma bela de biquíni na praia ou uma gotinha de suor deslizando pelas costas da Daniela Cicarrelli? Chegamos perto, né? Pois é, cara leitora, se você esteve no Brasil pelo menos nos últimos 20 anos sabe que as propagandas de cerveja por aqui invariavelmente ligam a bebida à imagem da mulher (quase sempre com pouca roupa).
As publicitárias Thais Fabris, Larissa Vaz e Maria Guimarães, insatisfeitas com o machismo constante nas propagandas de cerveja - principalmente com a polêmica do último carnaval com um comercial de uma marca de cerveja que estampou frases como “Esqueci o não em casa”, “Topo antes de saber a pergunta” por aí - decidiram levar (literalmente) a discussão para a mesa de bar e criaram a cerveja feminista que, como nas palavras das criadoras, são um "puxador de assunto", para falar sobre igualdade dos sexos e o feminino hoje. "Faz algum tempo que montamos o coletivo 65 | 10, começou como um grupo fechado no Facebook pra discutir o machismo nas campanhas publicitárias e dentro das agências, porque 65% das mulheres não se identificam com propaganda e apenas 10% do mercado criativo é composto de mulheres. E aí, na semana anterior ao carnaval, veio a campanha de Skol. Com todo o barulho que foi feito, numa conversa tivemos a ideia de criar a Cerveja Feminista pra que o assunto não morresse depois que a Skol se retratou.", contam as criadoras em entrevista ao taofeminino.
Thaís, Larissa e Maria ainda revelaram que já foram feitos mais de mil pedidos da cerveja: "Temos dois amigos cervejeiros; eles criaram a receita da cerveja, que é uma Irish Red Ale. Uma cerveja forte, assim como as mulheres. No começo, iríamos tocar tudo com uma produção caseira, mas como os pedidos extrapolaram as expectativas, estamos fechando um acordo pra uma cervejaria artesanal tocar a produção do que precisamos."
E aí, quer experimentar um gole da cerveja feminista? A bebida está disponível para encomenda no site da marca e é vendida em garrafas de 600 ml, a preço de custo, por 14 reais. Simone de Beauvoir aprova!
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