Mais vantagens que desvantagens. É o que o leite materno traz para mãe e filho a curto e a longo prazo em vários aspectos da amamentação. Isso porque é econômico, protege seu filho de problemas alérgicos, respiratórios e também de algumas doenças que costumam se manifestar mais tarde, como obesidade, pressão alta, colesterol alto e diabetes. E diminui as chances de ocorrência do câncer de mama, de ovário e de diabetes na mulher que amamenta. Sugar o peito é um excelente exercício para o desenvolvimento da face, ajuda a criança a ter dentes bonitos, a desenvolver a fala e a ter boa respiração. E também favorece a contração do útero materno após o parto, diminuindo as perdas sanguíneas e prevenindo a anemia. Amamentar é aquele tipo de desafio extremamente recompensador.
Você não precisa dar chá, água, outros leites, mingaus ou suquinhos enquanto o bebê estiver mamando só no peito até o sexto mês de vida (depois disso, o leite materno ainda é a principal fonte de nutrientes até o primeiro ano de vida; recomenda-se a amamentação até os dois anos de vida, que já pode ser tratada como amamentação prolongada. Qualquer desmame antes desse período é precoce. O ideal é que o bebê pare de mamar por decisão própria). É o que recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde: aleitamento materno exclusivo, isto é, só peito. A licença-maternidade em vigor no Brasil, no entanto, não contribui para que a mãe possa se dedicar apenas ao filho por esse período. A mãe que amamenta tem garantidos por lei 120 dias de licença-maternidade (é possível programar as férias para aumentar esse período). A lei 11.770, publicada em 9 de setembro de 2008, incentiva que as empresas ampliem a licença para seis meses, mediante concessão de incentivo fiscal, indo de encontro à recomendação dos órgãos de saúde.
No entanto, a realidade é outra e terminados os 120 dias da licença e os 30 dias de férias, você precisa voltar ao trabalho. Se você amamenta e quer continuar amamentando exclusivamente até o sexto mês de vida – e mais: se você quer seguir com o aleitamento materno prolongado, você vai precisar ter um estoque de leite materno. Prepare a pipoca, o Netflix, ligue a bomba (ou prepare os seus dedos), porque você vai aprender passo a passo como armazenar o leite materno do seu filho.
Peito é fábrica, não estoque. Quanto mais o bebê suga, mais o leite é produzido. Em uma primeira fase da amamentação, a mãe vai sentir sempre o seio cheio, até com nódulos endurecidos (para tirá-los, massageie o seio com os dedos e plugue o bebê), mas conforme a amamentação for se desenvolvendo, a produção de leite se ajusta conforme a quantidade e a necessidade do bebê. Na ausência de sucção, que estimula a produção de leite, o ideal é que a mãe esvazie as mamas extraindo o leite em intervalos regulares. Por isso, sempre que você estiver com o bebê é importante amamentá-lo por quanto tempo ele quiser. Além disso, a prolactina, hormônio essencial na produção de leite, tem pico de produção e liberação à noite e por isso manter a amamentação noturna é essencial para manter o planejamento de aleitamento e trabalhar fora (sim, suas olheiras só vão aumentar).
Como guardar leite materno: frascos e higienização
O primeiro passo, de acordo com a Cartilha da Mãe que Amamenta, é preparar todo o material que você vai usar. O leite materno pode ser armazenado em frascos de vidro com tampa de rosca (como de maionese ou de café solúvel) ou em sacos plásticos produzidos especificamente para o armazenamento de leite. É preciso que o frasco seja esterilizado. Por isso, lave-o bem com água e sabão e depois ferva a tampa e o frasco por 15 minutos (o tempo deve ser contado a partir do início de fervura). Deixe que eles sequem naturalmente sobre um pano limpo. Em seguida, feche-os e identifique o frasco com seu nome, data e hora da coleta. Um frasco não é suficiente para fazer o estoque do seu filho. É importante que você comece a guardar frascos ou compre frascos já produzidos para armazenamento de leite – em ambos os casos, é preciso esterilizar; aliás, a cada uso, isto é, toda vez que ele for esvaziado, será preciso fervê-lo, secá-lo e fechar bem a tampa. O leite materno pode ficar congelado por até três meses (em geladeiras com especificação de congelamento até o nível dois somente por dois meses) e refrigerado na geladeira por até 48 horas. O leite só deve ser oferecido em temperatura ambiente, descongelado apenas em banho-maria ou naturalmente.
Como ordenhar leite materno: preparo das mamas e paciência
Respire, relaxe e pense no bebê. Retire seus anéis, pulseiras e relógio. Coloque um lenço na cabeça (ou uma touca, pode ser até as toucas descartáveis hospitalares). Lave as mãos e os braços até os cotovelos, lave as mamas com água. A higienização tanto dos frascos quanto das mãos e das mamas contribui para manter a qualidade do leite. Relaxou? Então separe o frasco e deixe um copo d’água por perto. Para fazer a ordenha, é preciso fazer a massagem das mamas em movimentos circulares com a ponta dos dedos em toda a auréola (parte mais escura da mama). Em seguida, você pode colocar o polegar acima da linha onde acaba a auréola e os dedos indicador e médio abaixo dela. Firme seus dedos e empurre para trás em direção ao tronco. Depois, aperte o polegar contra os outros dedos com cuidado, até sair o leite. O ideal é que você aperte solte a mama com os dedos várias vezes. Não deslize os dedos sobre a pele. Depois de desprezar os primeiros jatos de leite, abra o frasco, coloque a tampa sobre a mesa sempre com a parte interna voltada para cima. Em seguida, é só ordenhar o leite do peito com as mãos ou com bomba manual ou elétrica. Após terminar a coleta, feche bem o frasco.
Todo esse processo é muito trabalhoso, sim, e ótimo para ser feito em casa. E no trabalho? Lá, ele será mais trabalhoso. Muitas mães que amamentam e trabalham fora precisam se virar para encontrar um local adequado, como uma salinha, a copa (e um banquinho), para conseguir ordenhar. Muitas vezes, a única saída é apelar para o banheiro: certeza de uma certa privacidade, pouca ou quase nenhum contato com outras pessoas (não pelo seio de fora, mas pela contaminação do leite), silêncio, provavelmente. O que pode acabar acontecendo, infelizmente, é essa mãe terminar fechada em uma cabine de banheiro ordenhando durante o horário de almoço e nos intervalos (garantidos somente até o sexto mês). Há muitos relatos de mães que conseguiram criar em suas empresas uma sala de ordenha, o que um ótimo passo em relação à abertura e acolhimento do mercado de trabalho para mães, no geral, e especificamente mães que amamentam.
Se você parar para pensar, com todos os benefícios que o leite materno traz para uma criança (que um dia será adulto), não criar espaços que facilitem a amamentação e não contribuir para que essa mãe consiga se manter nessa jornada também é, de certo modo, prejudicar essa criança, tirar dela algumas vantagens que o leite materno propicia. Mas é possível manter a amamentação por meio da ordenha e oferta sem bicos artificiais e com uma rede de apoio mínima e uma estrutura básica, o que inclui lavar bem mãos e braços, optar pela ordenha manual, usar o congelador da empresa, comprar uma bolsa térmica, usar papel-toalha para deixar o ambiente mais neutro, abusar do álcool gel, dialogar com seus gestores para ter tempo para ordenhar e poder usar uma sala de reunião.
Como oferecer leite materno ao seu bebê
Não é necessário oferecer o leite materno em mamadeira como alternativa ao seio materno. Aliás, a recomendação é que os pais abdiquem do uso de bicos artificias em seus filhos para evitar infecção nas vias respiratórias e má formação da cavidade bucal. Mas, como oferecer o leite? Entre os recipientes estão copinhos (como os de shot), xícaras e copos de bico rígido (os de bico de silicone equivalem ao da mamadeira).
Dados do Estudo sobre Demografia e Saúde (Demographic and Health Survey – DHS) indicam que em muitos países os suplementos líquidos oferecidos às crianças não implicam o uso de mamadeira. Mais de 13 mil Hospitais Amigos da Criança em todo o mundo apresentam a possibilidade eliminar o uso da mamadeira quando o bebê é amamentado. Em países da Europa, Ásia e África são usados recipientes especiais – prefere-se os que não têm bicos nem tampas, que por serem abertos podem ser limpos com facilidade. Exemplo desses recipientes é o paladai ou bondla, usado na Índia há muito tempo: recipiente aberto com um bico de bule e recomendado pelo manual de cuidado infantil publicado no país, o Anand.
Para aprender a dar leite em quantidade pequenas, os pais podem usar tanto xícara quanto colher. No entanto, é importante ressaltar que a alimentação com colher exige paciência, pois é um processo lento no qual o cuidador pode precisar ministrar 750 ml de leite com uma colher de chá ou de café. A xícara é, portanto, uma alternativa e se torna conveniente tanto para bebês prematuros quanto para bebês a termo. Todos os bebês nascidos a termo podem ser alimentados com xícara e “a experiência mostra que esse procedimento é tão rápido como alimentar com mamadeira”. Sim, as xícaras menores evitam o desperdício de leite. Em toda casa há uma xícara, copo ou pequena tigela que pode ser usada para alimentar um bebê. Por isso, aposte em utensílios comuns. O aleitamento por copo é mais comum do que se imagina, principalmente em países em que os meios de esterilização de bicos e mamadeiras não sejam seguros ou quando as sondas gástricas não têm fácil disponibilidade. E, diferentemente da mamadeira, que precisa de escovas especiais e fervura para esterilização, xícaras, copos e colheres são higienizados adequadamente com água e sabão.
A facilidade de ser um utensílio comum, porém, não significa dizer que será fácil ministrar leite no copo. Há, aliás, algumas regrinhas que podem ser seguidas para facilitar o procedimento. É importante seguir os passos abaixo.
1. Aquecer o leite materno previamente ordenhado e refrigerado;
2. Posicionar o bebê confortavelmente, cuidando para que seus braços não derrubem o copo. Ele deve estar tranquilo e não deve estar chorando;
3. Colocar o leite aquecido em um copo de 30 ml até a marca de 20 ml. O copo deve ser vertido com cuidado. Aumentar progressivamente o volume a ser administrado, de acordo com a habilidade adquirida pelo bebê;
4. Segurar o bebê no colo em posição elevada e encostar gentilmente o copo em seus lábios;
5. Inclinar o copo de maneira que o leite toque o lábio. Nunca jogar o leite na cavidade oral do bebê. Ele colocará a língua para fora e realizará movimentos de “lamber” o leite. Os bebês a termo podem chegar a “sorver” o leite;
6. Conversar com o bebê, assim como se faz durante o aleitamento materno ou mesmo no aleitamento por mamadeira;
7. Deixar o bebê sugar de acordo com seu próprio ritmo e sempre retirar a inclinação do copo nos momentos de pausa;
8. Colocar o bebê para arrotar da mesma forma como se faz na alimentação por outros métodos. Continuar oferecendo no copo até que o bebê mostre sinais de saciedade (por exemplo, começar a dormir ou parar de ingerir o leite).
Por que não dar mamadeira
Agora, você já sabe que o ideal é oferecer o leite materno em copos, xícaras ou em copos de bicos rígidos. Mas, por que não dar a mamadeira? Você vai, em algum ponto desse longo caminho da amamentação, se perguntar por que não vale a pena tentar apenas uma vez, quem sabe nas mamadas noturnas, substituir o peito pela praticidade da mamadeira. Você vai. E, verdade seja dita, pode ser que a sua rede de apoio (que nesse caso não seria de muito apoio), contribua para a falsa lenda da mamadeira que faz o bebê dormir a noite toda e é, portanto, saudável, e fale que você merece um descanso, uma pausa. Você merece, de fato. O mantra da amamentação é “vai passar”. Todas as fases difíceis (talvez você passe por todas elas e com complicações) da amamentação vão passar e se tornarão um passado distante rapidamente. Até lá, tente seguir em frente. Os benefícios em relação à saúde do seu filho são imensuráveis.
Entre os riscos do uso da mamadeira estão a contaminação bacteriana, falta de contato físico e interação com a mãe, desmame precoce, possíveis efeitos tóxicos de nitrosaminas presentes na borracha dos bicos artificiais e alteração no desenvolvimento da cavidade bucal. A mamadeira é utilizada com uma frequência desnecessária. Faz parte do senso comum afirmar que mulheres que trabalham precisam de mamadeira. No entanto, análises sobre o uso da mamadeira em 15 países apontaram que em 14 deles o emprego da mãe não contribuiu para aumentar o uso de mamadeira.
As mamadeiras têm superfície difícil de limpar, o que requer o uso de escovas especiais. É pouco provável que famílias com acesso limitado a combustível possam ferver a mamadeira por dez minutos, seis vezes ao dia, como se aconselha nas latas de substitutos do leite materno vendidos nos países em desenvolvimento. O bico e a tampa da mamadeira parecem proteger o leite no seu interior, dando a ilusão de segurança, principalmente quando a publicidade local expõe as marcas com palavras como saudável ou seguro, o que reforça a ideia de que a mamadeira foi feita para beneficiar o bebê. A crença de que o leite na mamadeira está seguro incentiva aqueles que cuidam da criança a carregar o leite por períodos prolongados, criando assim condições nas quais podem proliferar bactérias.
Do ponto de vista da economia, da sustentabilidade e do tempo que a mãe dedica ao leite preparado na mamadeira, há também algumas lendas. A esterilização da mamadeira como o recomendado requer, diariamente, pelo menos dois litros de água para que elas sejam fervidas, o que equivale a mais de uma tonelada de água por ano. Quando se alimenta um bebê com mamadeira, o cuidador precisa acender o fogo, ferver a água durante 10 minutos, esfriar a mamadeira, misturar o alimento, dar a mamadeira à criança e depois lavá-la cinco ou mais vezes ao dia para que o bebê cresça de maneira adequada durante seu primeiro ano de vida. Quando se dá o peito, é possível realizar outras atividades produtivas (o que inclui o pai da criança, que está apto para todas as atividades, ele só não pode amamentar, mas pode trocar, limpar, dar banho, cozinhar, lavar, passar) e durante metade do tempo as mulheres podem amamentar enquanto dormem.
Outro fator decisivo para não dar mamadeira é a confusão de bicos. O modo como o bebê realiza a sucção da mamadeira e no peito é diferente. Com o tempo, a mamadeira atrapalha a amamentação, contribuindo para o desmame precoce. Vale ressaltar aqui, que situações como “ele (bebê) não quer mais mamar”, “ele recusa o peito”, “meu leite secou por que ele decidiu parar de mamar” certamente estão relacionadas ao uso de bicos artificiais, caso esses bicos estejam sendo oferecidos a criança. Um bebê não decide nada sozinho. A recusa ao peito faz parte de um contexto. Se a mãe quer continuar amamentando, é necessário olhar para esse contexto. Se a alimentação com mamadeira não foi muito prolongada, pode-se restabelecer a amamentação mediante sua interrupção e ajuda de pessoas capacitadas.
A mamadeira pode afetar a saúde do seu filho. Estudos realizados nos Estados Unidos e Canadá demonstraram que há uma forte correlação entre uso de mamadeira e otite média (infecção de ouvido), que se não for tratada adequadamente pode levar à surdez. Só nos Estados Unidos, as 30 milhões de consultas médicas anuais devidas a esta afecção custam cerca de 1 bilhão de dólares. Mais de 75% dos casos podem ser decorrentes de alimentar em posição supina (deitado de barriga para cima com a cabeça sobre um travesseiro), o que facilita a entrada do leite nas trompas de Eustáquio, especialmente quando se deixam as crianças tomando mamadeira sozinhas. Além disso, o desenvolvimento da arcada dentária em forma de U é encontrada mais frequentemente em crianças amamentadas, leva a menos problemas como ronco e apneia ao longo da vida.
Estoques reais de mães que trabalham fora e amamentam
“Eu comecei as tentativas um mês antes do meu retorno ao trabalho, primeiro com uma bomba elétrica que comprei já usada, mas logo ela deu defeito e então comprei uma bomba manual. Era bem difícil porque meu baby sempre demandou muito e quando não estava mamando era o tempo que eu tinha para fazer outras coisas da casa. Então meu estoque, quando ele iniciou na escolinha, era irrisório de verdade mesmo, cerca de 600 ml. Quando voltei a trabalhar, ainda usava a bomba manual porque tinha que ordenhar no banheiro e não tinha tomada. Fiz isso por uma semana. Então aluguei uma bomba elétrica e comprei uma extensão, o que me salvou. No início ordenhava três vezes ao dia (9h30/12h30/15h30), cerca de 80 ml por ordenha, mas com a regularidade cheguei, em menos de um mês, em 160 ml por ordenha. Atualmente meu filho está com nove meses e come muito bem, inclusive na escola prefere comer algo a beber o leite, então passei a ordenhar duas vezes ao dia, o que supre a necessidade diária dele longe de mim e ainda permite que eu mantenha um bom estoque. O leite é ministrado pela cuidadora na escola. A princípio foi com colher. Passamos para a mamadeira e agora estamos em processo de retirar a mamadeira e ficar com o copo de bico rígido”.
Carolina Correia (SP), 33, mãe do Guilherme, de nove meses.
“Quando voltei a trabalhar, Artur tinha seis meses e meio. Um mês antes, eu aluguei uma bomba elétrica para treinar e ver como eu me adaptava. Como eu ficava o dia todo com ele em casa amamentando em livre demanda, era muito difícil conciliar as duas coisas. Quando ele dormia, por exemplo, eu ordenhava o peito que ele não havia mamado. Na época que eu efetivamente voltei ao trabalho, eu não tinha um grande estoque de leite. E eu também não sabia o quanto ele ia aceitar na minha ausência. Como eu comecei a introdução alimentar dele com seis meses e ele sempre se mostrou muito pronto, eu consultei uma nutricionista para conciliar a IA com o leite materno e ela me orientou a fazer as ordenhas sempre no mesmo horário, com regularidade, me alimentar bem e tomar bastante água. Então, quando eu voltei ao trabalho, eu estabeleci dois horários de ordenha, que eu mantenho até hoje, cinco meses depois. Eu tiro leite às 11h da manhã e às 15h. E o Artur tem uma rotina em que ele janta mais cedo, para quando eu chegar, entre 18h30 e 19h, ele retomar a livre demanda. Ele mama livremente o quanto ele quiser de noite, madrugada, manhã e de fins de semana.
Pouco tempo depois que eu voltei ao trabalho, eu decidi por devolver a bomba elétrica alugada. Eu não me adaptei. Ela me machucava e eram muitas peças para esterilizar, coisa que eu não conseguia fazer entre a ordenha da manhã e a da tarde. Então eu assisti vários vídeos de ordenha manual, que se mostrou mais eficaz e é a que eu sigo fazendo até hoje. Atualmente eu consigo levar para casa dois vidros de 70 ml cada, já teve períodos em que consegui levar mais. O Artur costuma tomar um vidro pela manhã e outro no meio da tarde. Eu esterilizo todos os vidros, lavo sempre com água corrente. São vidros com tampa de rosca de plástico. Depois, eu os fervo por 15 minutos. Eu sou bem preocupada com essa parte da higiene. Eu também tenho uma rotina de lavar bem as mãos e os antebraços, passar álcool gel ou tentar ordenhar sempre em um local limpo, eu sempre limpo a mesa e levo papel-toalha para deixar o ambiente mais seguro. Ele toma o leite em copo pequeno, de cachaça. Ele nunca tomou mamadeira. É a isso que eu devo ele não ter desmamado. Ele está com 11 meses.
Pouquíssimas empresas tem uma cultura de cultivar a amamentação. Existe uma série de estudos atuais que mostram a importância do leite materno. Na minha empresa, eu conto com um suporte, do meu gerente, que autoriza minha ausência de 15 minutos para cada ordenha, e das copeiras, já que eu uso o freezer da copa, que está sempre limpo, da recepcionista, que reserva uma sala de reunião para que eu possa ordenhar. As pessoas acabaram fazendo isso e elas sabem que é pela saúde do meu filho, então eu me sinto apoiada. Mas existe, sim, muito preconceito. É muito importante reforçar que manter a amamentação com a mãe trabalhando é altamente viável, é totalmente possível. É só querer, se informar e tocar o barco. É cansativo, sim. Mas a saúde dos pequenos agradece muito. O Artur nunca teve nada grave, nunca tomou antibiótico. Teve febre de vacina, e só. Eu tenho certeza que é o tetê dele que o deixa forte assim”.
Carolina Vasconcelos (SP), 28, mãe do Artur, de onze meses.
Quer saber mais? Algumas referências sobre amamentação usadas nesse texto:
- Amamentação, alimentação com xícara e riscos do uso de mamadeiras e chupetas. Techniques of feeding infants: the case for cup feeding - Research In Action number 8, June 1998. Helen Armstrong, Nutrition Section, UNICEF New York.
- Breastfeeding Briefs, Boletim da Associação de Alimentação Infantil Genebra (GIFA), uma afiliada da Baby Food Action Network International (IBFAN). Editor convidado: Adriano Cattaneo.
- Atualidades em amamentação nº 55, traduzido para o português por Cleia Costa Barbosa – IBFAN Ouro Preto/MG.
- Atualidades em Amamentação nº 52. Preparado pela Associação de Alimentação Infantil de Genebra (GIFA), uma afiliada da Internacional Baby Food Action Network (IBFAN).
- Manual de Aleitamento Materno UNICEF, 2008.
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