Se durante os anos 90 e 2000 ser modelo tinha mais a ver com ditar padrões de beleza, hoje já não é bem assim (ufa!). Aos poucos, modelos do mundo todo vêm aproveitando a influência que podem exercer - dentro e fora das redes - para atuar em prol das mais diferentes causas sociais - direitos das mulheres, amor-próprio e questões LGBT, por exemplo, estão entre os tópicos.
É claro que o padrão ainda é algo forte na nossa sociedade, e o caminho para a mudança é longo, exige tempo e paciência. Mas, se depender de iniciativas como a da Gucci, que selecionou um casting composto apenas por modelos negros em sua última campanha, e de Nyakim Gatawetch, a modelo sudanesa que usa seu Insta para celebra a beleza da pele escura, quebrar estereótipos vai ser, cada vez mais, considerado algo natural. A seguir, conheça 9 exemplos de modelos que merecem destaque por motivos que vão muito além da beleza.
1. Adwoa Aboah, Reino Unido
Não tem nada de óbvio na beleza de Adwoa Aboah que, de cabeça raspada e muitas sardas no rosto, antes de se tornar modelo enfrentou uma depressão e o vício em drogas. Hoje, além de queridinha de marcas internacionais, ela é fundadora do movimento feminista Gurls Talk, que visa auxiliar mulheres a se expressarem de maneira aberta sobre sexualidade, saúde mental e autoimagem.
2. Emily Ratajkowski, Reino Unido
Emily Ratajkowski é, atualmente, considerada uma das mulheres mais atraentes do mundo todo e, embora não tenha problema nenhum em mostrar o corpo, aponta o sexismo como um dos principais motivos para não ser levada a sério pela mídia - ela, que agora está investindo na carreira de atriz, reclamou recentemente por ouvir dos diretores de cinema que é "sexy demais" para representar determinados papeis. Mesmo que o comportamento de Emily divida opiniões no meio virtual - ela ficou muito conhecida após participar do clipe Blurred Lines, do cantor Robin thicke, onde aparece seminua - a modelo se autodenomina ativista feminista, e já foi vista protestando contra as medidas anti-imigração impostas pelo presidente americano Donald Trump.
3. Imaan Hammam, Holanda
Apesar de ter nascido em Amsterdã, Imaan Hammam se define muçulmana, meio marroquina, meio egípcia e 100% orgulhosa de suas raízes e bagagens culturais vindas de seus ancestrais. E é com base nisso que ela quer usar a carreira de modelo a seu favor, sendo um exemplo para garotas mais novas que estão lutando contra o racismo - do mesmo modo que Naomi Campbell, no início da carreira, serviu de exemplo para ela. Um dos maiores desejos de Imaan é de que cada vez mais modelos árabes e africanas estejam presentes na indústria fashion.
4. Maria Borges, Angola
Aqui a pergunta é simples: quantas modelos de sucesso angolanas você conhece? Se a resposta for nenhuma, te apresentamos Maria Borges, que hoje é a única angolana a participar da Semana de Moda de Paris e de todo circuito de desfiles internacionais. Ela inspira por ser referência em matéria de representatividade, e também por atuar ativamente na luta contra o racismo.
5. Valentina Sampaio, Brasil
Valentina Sampaio, única brasileira da nossa lista e uma das modelos mais requisitadas em castings e campanhas das últimas temporadas é, além de tudo, ícone do movimento LGBT. Valentina, para quem não sabe, foi a primeira modelo transgênero a ser capa da revista Vogue Paris, tornando-se mais um nome de destaque no reconhecimento da causa trans mundo afora: "Procuro levar comigo a mensagem de igualdade, de oportunidade para todos e de respeito à diversidade. Sinto-me orgulhosa por cada conquista", disse, em entrevista recente para o jornal O Globo.
6. Grace Bol, Sudão
Nascida no Sudão, Grace Bol cresceu nos Estados Unidos, exilada ao lado da família, que fugiu da guerra civil que acontecia no país. Mais um nome que luta pela inserção cada vez maior de modelos negras na indústria da moda, Grace vê sua carreira promissora como consequência do sucesso de outras modelos africanas, como Alek Wek e Liya Kebede, que ajudaram a abrir portas para ela. Marc Jacobs, Maison Margiela e Hermès são apenas alguns dos nomes encontrados no currículo da modelo.
7. Ashley Graham, Estados Unidos
Para começo de conversa, Ashley Graham foi eleita, nesse ano, uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, de acordo com o ranking da revista Time. Ela foi, também, a primeira modelo plus size a aparecer na capa da revista Vogue britânica e o episódio, inclusive, rendeu polêmicas, já que algumas marcas não quiseram emprestar seus figurinos para vestir Ashley, considerada "fora do padrão". Uma das líderes do movimento pelo amor-próprio e contra o body shamming, ela já conta com um livro, um site próprio e cerca de 4 milhões de seguidores no Insta.
8. Winnie Harlow, Canadá
Foi em 2014 que a canadense Chantelle Brown-Young decidiu participar do America's Next Top Model, reality show apresentado pela top model Tyra Banks e mundialmente conhecido, que busca por garotas para serem potenciais modelos de sucesso. Chantelle, que não venceu o programa, chamou atenção, principalmente, por não deixar que o vitiligo, doença de pele com a qual ela convive desde criança, a impedisse de ir atrás de seus sonhos. Hoje, conhecida pelo nome de Winnie Harlow, a modelo é símbolo da diversidade, e é presença frequente em desfiles e campanhas de labels de renome internacional, como Diesel e Dior.
9. Stefania Ferrario, Austrália
A australiana Stefania Ferrario começou a atrair olhares ainda em 2012, quando decidiu por raspar a própria cabeça para arrecadar fundos para tratamentos e alertar a população sobre doenças como o câncer, alopecia (perda de cabelo de forma natural) e tricotilomania (distúrbio que faz com que as pessoas arranquem os próprios cabelos). Depois, em 2015, Stefania foi responsável por iniciar uma campanha virtual para que o termo plus size não fosse mais usado já que, para ela, a nomenclatura não passa de um rótulo e, no mundo real, mulheres que vestem mais do que 38 são só mulheres "normais". Usando a hashtag #DROPTHEPLUS (abaixo o "mais", em tradução livre), ela considera ser chamada de plus size como algo nocivo, que pode fazer mal e influenciar negativamente garotas mais jovens.
Não acabou!
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