Chantelle Brown-Young sofria bullying diariamente na escola por causa da sua condição. Diagnosticada aos 4 anos com vitiligo, doença que provoca a despigmentação da pele, ela cresceu vendo seu corpo ser marcado por manchas brancas. Um pesadelo para uma menina que levava o apelido de "zebra" e "vaca" entre os colegas.
Hipercorajosa, Chantelle decidiu não usar quilos de maquiagem para esconder as marcas. Pelo contrário, ela decidiu fazer do vitiligo a sua marca registrada. Além de ter se tornado uma porta-voz para todas as vítimas da doença nas redes sociais, ela adotou o pseudônimo Winnie Harlow e realizou o sonho de se tornar modelo, virando queridinha de Tyra Banks no reality show America's Next Top Model.
Conversamos com Roberto Azambuja, especialista da Sociedade Brasileira de Dermatologia, que nos explicou tudo sobre o vitiligo e como o preconceito pode dificultar (e muito!) o tratamento.
O que é vitiligo?
O vitiligo é uma doença auto-imune e não contagiosa (viu?) que tem como sintoma principal o aparecimento de manchas claras pelo corpo, causadas pela ausência ou diminuição dos melanócitos (células que contêm melanina, que dão cor e são pigmento da pele). Fora a despigmentação, o vitiligo não apresenta prejuízos à saúde física dos pacientes, mas as manchas no corpo podem afetar muito a confiança e auto-estima de quem sofre da doença.
Vitiligo: sintomas e tratamentos
As manchas podem dar algum tipo de coceira leve antes mesmo de aparecerem. O paciente deve procurar o diagnóstico com um dermatologista que determinará se a lesão é consequência do vitiligo ou não e se existem ainda outras doenças associadas.
As opções de tratamento possíveis para o vitiligo vão desde a aplicação de pomadas com corticóide, terapias com radiação ultravioleta ou até intervenções cirúrgicas. "Todos os tratamentos têm algum tipo de eficiência.", garante Roberto Azambuja." Entretanto, os resultados são individuais. Provavelmente, diversos fatores individuais concorrem para a resposta ou a falta dela e não se sabe quais fatores são, o que torna impossível a prevenção do vitiligo ou a previsão do que vai acontecer." Ou seja, se existe alguma suspeita de vitiligo, corra para o médico para descobrir qual é o tratamento mais indicado para o seu caso antes de recorrer ao Dr. Google, ok?
E existe possibilidade de cura! Os tratamentos são longos e as respostas dependem de cada organismo mas é possível sim curar completamente o vitiligo, segundo o Dr. Azambuja. Ah, e para quem é portador da doença fica a dica: atenção redobrada quando houver exposição ao sol, já que a pele sem pigmento é mais sensível aos raios solares.
Vitiligo: doença emocional
Jon Hamm, ator que interpretava o papel do publicitário Don Draper na série americana Mad Men revelou que a pressão e o estresse durante a série trouxeram à tona o vitiligo nas mãos. Enquanto uma parte dos casos da doença ainda não tem uma origem definida, 50% deles derivam da tensão e do esgotamento físico e emocional. "O estresse, principalmente os traumas emocionais, respondem por quase metade dos quadros de vitiligo.", revela Azambuja. E ainda a repercussão psicológica da condição pode retardar o processo de cura formando um ciclo como explica o dermatologista: "Quando a pessoa se deixa afetar pela presença das manchas em alto grau... dá-se a cadeia de efeitos do estresse. Em qualquer situação da vida, o estresse causa prejuízo. No caso de doenças, agrava o quadro clínico por afetar diretamente o funcionamento do sistema imunológico e, assim, diminuir as defesas do organismo e sua capacidade de recuperação."
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