Há diversos gatilhos no organismo que causam aquele desejo por comida. Um deles é o nível de açúcar no sistema sanguíneo, que, quando desregulado, impacta diretamente na produção excessiva de insulina. Isso pode causar enjoos, falta de concentração e muita, muita fome.
Ao serem digeridos, os carboidratos (açúcares e amidos) são transformados em glicose, que é a principal fonte de energia do corpo. Em seu processo normal, a glicose precisa da insulina para trabalhar e ser transportada para dentro das células. No entanto, quando comemos alimentos ricos em açúcar ou à base de farinha branca, o nível de glicose sanguíneo dispara rapidamente e cai na mesma velocidade, sem nem dar tempo de a insulina agir. O resultado dessa montanha-russa é o desejo incontrolável de comer mais. Isso acontece por que nosso corpo associa a queda dos níveis de glicose à necessidade de se alimentar.
Dica #1: interrompa o ciclo vicioso!
Evite comer carboidratos simples (ricos em açúcar refinado e farinha branca), tais como bolos, biscoitos e doces. Encha o carrinho do supermercado – e a geladeira – de frutas e verduras no lugar de cookies e nutella. Mas, não seja radical: os carboidratos também são nossos amigos.
Dica #2: prefira alimentos integrais
Ao consumir cerais (aveia, sorgo, amaranto) ou versões integrais de grãos e massas (arroz, macarrão, pães e até pizza), os níveis de açúcar no sangue também aumentam, porém lentamente, sem prejudicar o fluxo de insulina. Outro benefício dos alimentos integrais é a maior quantidade de fibras que eles contêm, o que garante a saciedade por mais tempo.
E quando a fome é uma constante?
A fome é uma sensação fisiológica causada pelo corpo quando precisa de mais alimento, assim como a luz vermelha no painel do carro alertando que é hora de encher o tanque de combustível. Quando tem fundo emocional, o apetite aumenta só de pensar no chocolate pós almoço ou surge o desejo por muitas paçoquinhas ao fim de um dia estressante. “A vontade de comer pode surgir principalmente por fatores emocionais relacionados a momentos de stress, ansiedade ou tristeza. Mesmo sem fome, muitas pessoas comem como uma maneira de compensar estes sentimentos”, explica Bruno Sander, especialista em gastroenterologia e diretor clínico da Clínica Sander (BH). Lidar com emoções já é difícil, imagine recusar a sobremesa da sogra? Imposições sociais também podem sabotá-la. Resultado: quilos extras na balança por ter ingerido mais calorias do que o corpo realmente precisava. O que nos leva à nossa próxima dica:
Dica #3: respire fundo!
Antes de atacar a cestinha de guloseimas do trabalho, respire fundo. Por 15 minutos antes de comer, distraia-se: olhe fotos de bichinhos, ligue para uma amiga, leia mais um trecho do livro, etc. Não dar atenção para essa “fome” vai diminuir o apetite e ainda ajudá-la a lidar com a ansiedade.
Dica #4: não pule nenhuma refeição
Longos períodos sem comer, além de mexer com o nível de glicose e insulina no sangue, impactam um hormônio chamado grelina. Ele é responsável por enviar ao cérebro a sensação de fome, que é intensificada quando o estômago fica vazio por muito tempo. Viviane Christina de Oliveira, endocrinologista e metabologista na EndoQuali (SP), aconselha a fazer refeições em intervalos de quatro horas a cinco horas, no máximo. A famosa “regra” de comer a cada três horas deve ser seguida apenas se sentir muita fome. Não deu tempo de fazer um lanche da tarde? Deixe na gaveta opções de snacks saudáveis – como amêndoas, castanhas e frutas secas – para evitar períodos longos de jejum.
Dica #5: não elimine alimentos do menu
Proibir nunca dá certo: a vontade só vai aumentar. Apenas diminua o consumo de alimentos que não são tão saudáveis assim e permita-se, de vez em quando, comer seu doce preferido. Se devorar uma boa sobremesa apenas uma vez por semana, no fim de um mês seu saldo de açúcar já terá diminuído bastante.
Dica #6: beba muita água
Sabia que o desejo por doce pode ser falta de líquidos? A desidratação leve, muitas vezes, é interpretada pelo nosso corpo como a sensação de fome. Viviane explica que a confusão acontece no hipotálamo, parte do cérebro que regula tanto o apetite quanto a sede.
O estômago roncou e você olha ao redor e vê sua garrafinha de água cheia? Ops... tome um copo de água, aguarde uns minutinhos e coma em seguida.
Dica #7: elimine o stress
A rotina, a crise e o trânsito são mais do que suficientes para deixar qualquer humano de cabelos em pé. Magna Rosane Cruz, psicóloga e diretora do Instituto Mineiro de Psicologia Aplicada (IMPA Brasil), explica que o stress pode ser entendido como resultado da discrepância entre a demanda de uma determinada situação e a habilidade (ou a falta dela) em lidar com o contexto. “Aprenda a reconhecer seus limites e a ‘ouvir’ seu corpo. A partir disso, passará a entender melhor o que te faz mal e o que fortalece”, completa.
Além de problemas emocionais, o stress pode desencadear diversos problemas de saúde, como o aumento da produção hormonal da adrenalina e do cortisol. Esses hormônios são responsáveis por manter o organismo em um estado de “alerta” que demanda maior esforço e consumo energético do corpo. E, para dar conta dessa bagunça, a necessidade de alimentos que se transformam em energia com rapidez também aumenta. E qual grupo alimentar faz isso? Acertou quem disse carboidratos simples, a.k.a doces e pães de farinha branca. Veja só como o ciclo pode facilmente se repetir! Para não ficar refém dessas situações, coloque em prática essas dicas e comece já alguma atividade física que lhe dê prazer. Sua qualidade de vida será potencializada, pode apostar!
Qual sua dica para evitar os docinhos? Conta pra gente nos comentários ou no Facebook!
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