Ponto para a França, que a partir desse mês avança algumas casas na questão da educação sexual. Isso tudo porque lá foi desenvolvido o primeiro modelo para representar o clitóris, órgão sexual feminino, em tamanho real. O molde foi idealizado pela pesquisadora Odile Fillod e desenvolvido graças à tecnologia das impressoras 3D - ele é feito de plástico biodegradável e será usado para auxiliar estudantes franceses nas aulas de anatomia e educação sexual.
Ainda hoje muitas mulheres não têm noção, nem da anatomia, nem do poder sexual do clitóris. Pra se ter uma noção, até o ano de 2009 simplesmente não existiam representações precisas do órgão, já que ainda não eram realizados exames tridimensionais de ressonância magnética – o que também ajudou na criação de um modelo mais fiel para ilustrá-lo.
Com a nova representação, entretanto, alguns mitos sexuais podem ser derrubados – começando pela definição do dicionário, que descreve o clitóris como um órgão pequeno, erétil e altamente sensível encontrado ao final da vulva das mulheres. Tudo certo, não fosse pelo tamanho, que nada tem a ver com o de uma ervilha, comparação muito comum. Arriscamos dizer que o clitóris tem mais a ver com uma flor de lis (ou, quem sabe, com aquele emoji de tulipa).
O modelo 3D nos permite afirmar que o clitóris vai muito além da parte visível. Ele engloba também dois outros eixos com cerca de 10 cm de comprimento cada. Se você deixar a imaginação rolar, vai perceber, inclusive, como o órgão está posicionado no nosso corpo, mais precisamente na vagina. Isso prova que o orgasmo vaginal também é possível durante a penetração – graças à ajuda do clitóris. Mais um motivo para debatermos e trocarmos experiências sobre todas as maneiras de chegar ao orgasmo feminino.
Mas é claro que não podemos tratar a anatomia do clitóris como uma coisa obscura, ou nunca antes discutida. Os movimentos feministas, por exemplo, vêm insistindo há anos na ideia de que essa parte do nosso corpo é muito mais complexa do que dizem por aí. Agora, imagine só um mundo onde seja comum entender tudo sobre o órgão sexual feminino, saber exatamente como funciona o seu prazer na cama e poder visualizar a principal ferramenta para isso acontecer... seria nosso sonho?
Imagine, por fim, a carga de empoderamento que tudo isso traz para as mulheres, após décadas tendo que lidar com a repressão sexual (que, infelizmente, ainda atinge muita gente). Ter em nossas mãos uma representação fiel do clitóris quebra a ideia de que satisfazer uma mulher é um prêmio, como ganhar na loteria. Como bônus, fica a facilidade de poder ilustrar para as crianças nossas diferenças biológicas com exemplos mais concretos: agora dá pra afirmar que o clitóris é uma espécie de “pênis interno”, e o pênis, um “clitóris externo”.
Agradecimentos especiais à tecnologia 3D que, de mansinho vem contribuindo para promover duas revoluções bem significativas: a chamada terceira revolução industrial e, claro, a nossa própria revolução sexual.
Com informações: The Guardian
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