Foi ao assistir a um programa de televisão que Cynthia do Nascimento, de São Paulo, se encantou pelo pole dance: “Me apaixonei pelo glamour e pelo esforço físico das praticantes, e percebi que era exatamente aquilo que gostaria de fazer”. O mesmo aconteceu com Jade Abrahão, também de São Paulo, que ao ver um vídeo da musa ucraniana do pole dance Anastasia Sokolova na internet, ficou maravilhada: “Eu sempre odiei academia, e ver aquele esporte com danças e acrobacias me deixou sem fôlego”. Hoje faz mais de três anos que Cynthia é uma pole dancer. Jade se rendeu aos movimentos há um ano e meio.
Apesar de ainda ser associado às strippers, erotismo e casas de shows por quem não tem conhecimento sobre o assunto, o pole dance é, sim, um esporte – e deve ser levado a sério. Com competições pelo mundo todo, usa como elemento principal uma barra, fixada na vertical, que vai do chão ao teto. “É nela que a aluna vai realizar os diferentes movimentos, entre eles isometria, giros, escaladas, inversões e passos de dança”, explica a equipe da academia de dança The Queen Pole e Aerial Fitness, de São Paulo.
Apostamos que você está louca para aprender mais sobre esse esporte curioso, certo? Por isso fizemos um guia com os prós, os contras e os benefícios que os movimentos do pole podem te trazer. Se joga!
Os prós
Segundo Renata Wilke, professora da Escola de Pole Dance e pioneira do pole dance no Brasil, já que está em contato com a dança há 11 anos, as mulheres que buscam pelas aulas querem trabalhar autoestima e entrar em forma. “100% das alunas que praticam não gostam de academia e se encontraram no pole dance”.
O pole possui duas modalidades: performático e fitness, sendo que o primeiro trabalha mais coreografias e é praticado com salto alto, enquanto no segundo a pessoa fica descalça, trabalha as acrobacias e o fortalecimento dos músculos, define Renata. Divididas em níveis, básico, intermediário e avançado, as aulas começam com alongamento, passando pela parte técnica dos movimentos, musicalidade, improviso e, por fim, flexibilidade. Cada módulo dura 3 meses e, no fim, você leva um certificado.
A equipe da The Queen Pole Dance explica que praticar o esporte age melhorando o condicionamento cardiovascular, força, flexibilidade, coordenação motora e equilíbrio.
“No Pole a mulher perde gordura e ganha massa magra, elimina a celulite e deixa o corpo todo trabalhado por igual, tonificando toda a musculatura. Além disso a flexibilidade aumenta e a postura melhora”, diz Renata.
“Ganhei mais força, mais consciência corporal. Braços, pernas e bumbum ficaram mais definidos também”, conta Bianca Santos, de São Paulo, que pratica pole dance há dez meses. “Sempre fui gordinha, mas senti que meu corpo ganhou músculos e linhas mais definidas, e a flacidez diminuiu horrores”, assume Jade. Cynthia, que sempre foi magra, viu no pole dance uma maneira eficaz de ganhar massa muscular e tornear os músculos: “Em três meses de pole dance eu vi mais efeitos positivos do que em seis meses de academia”, defende.
Para começar, você não precisa naturalmente ter força nos braços: “A força é treinável, você adquire gradualmente”, explica a equipe da The Queen. O bom é que qualquer pessoa pode praticar, já que não existem restrições de peso, altura, e nem sexo. O pole dance é um esporte livre, para qualquer pessoa que queira desenvolver o ego, a força e a mente. Renata comprova isso, já que na sua escola existem alunas que vão dos 15 aos 60 anos. A única ressalva é para as gestantes, por conta da altura da barra, que pode ser perigosa para as grávidas.
Os "contras"
O pole dance não é um esporte dos mais “tranquilos”, já que exige esforço, dedicação, e a noção de que alguns roxos acompanharão você nessa empreitada, pelo menos no começo. A publicitária Ingrid Astasio, de São Paulo, mostra que nem tudo são flores – ou rodopios: “Ganhei uns hematomas. Eu ainda sou super iniciante- ela faz pole dance há pouco mais de um mês- e o pole é uma atividade física que tem uma evolução relativamente lenta”, confessa.
Renata acrescenta que a dificuldade varia de acordo com cada pessoa: “No geral a primeira coisa que incomoda muito é a dor do atrito da barra no meio das pernas”. As noções de equilíbrio vêm conforme a prática, mas a professora garante que, trabalhando a força do abdome, a aluna já tem uma boa melhora nesse aspecto em mais ou menos três meses, que é quando ela já é capaz de fazer as coreografias sozinha.
“É um esporte que dói, que deixa roxos, que machuca, que exige cada dia mais de você. Meu maior desafio foi entender meu corpo e o tempo que ele precisa para fazer os movimentos. Não é porque você consegue fazer o move X, que você está preparada para ele! E isso faz toda a diferença”, diz Jade. Portanto, não adianta querer fazer pole dance sem ter paciência. Para atingir o nível profissional, a expert Renata diz que leva 2 anos de treino.
Valores e dicas
Fazer pole dance sai mais caro que a maioria das outras atividades físicas. Os preços vão, em média, de R$ 150 a R$ 300 mensais, levando em conta local, número de aulas e frequência. As academias também costumam oferecer planos e pacotes de aulas com descontos, basta se informar.
Os trajes são outro ponto crucial, e a roupa ideal é composta por um top e um micro shorts. Mas não pense que isso tem algo de erótico, não. “Parece besteira, mas faz uma diferença absurda entre usar bermuda e usar micro shorts, isso porque um dos segredos do pole é o contato do corpo com a barra”, explica Ingrid. Quanto mais “coberta” você estiver, mais difícil vão ser os movimentos na hora de praticá-los. Nem pense em investir em leggins, cara leitora, elas atrapalharão tudo e ainda deixarão a barra muito mais escorregadia. E deixe o creme hidratante para quando estiver em casa, o corpo produz suor durante a aula, e o hidratante pode tornar a barra engordurada.
Up na confiança
A autoestima lá em cima é uma das melhores coisas que a prática do pole dance pôde trazer às mulheres. Bianca, Jade, Ingrid e Cynthia se tornaram pessoas muito mais confiantes depois que investiram nas aulas, e por isso as recomendam para quem quiser fazer sem nem pensar duas vezes: “É um esporte completo, com dança, yoga, acrobacias, flexibilidade, força, resistência... E o bem que ele faz para a mente é incrível! ”, comemora Jade. Bianca abre o jogo: “Sempre tive muitos problemas com autoestima, e depois que comecei a fazer pole senti uma pequena melhora, bem aos poucos. Hoje sinto que posso, sim, ser mais sensual e me sinto melhor”.
Se você ainda não está convencida, te deixamos com as sábias palavras - e um vídeo incrível- de Renata Wilke: “O pole dance me trouxe a alegria de ser uma pessoa que faz o que ama, que trabalha se divertindo, que tem o corpo que sempre quis. Sou bem resolvida comigo mesma, confiante, e a melhor parte é fazer muitas mulheres felizes no momento que ensino a elas aquilo que nasci para fazer de melhor”.
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