A saga começa logo quando você sai da maternidade. Todo cuidado é pouco, já que o primeiro mês de vida do recém-nascido é um dos mais importantes - e difíceis: “Os recém-nascidos necessitam de cuidados especiais no primeiro mês de vida pois são mais frágeis e indefesos, dependendo assim 24 horas da proteção materna”, explica Claudia Tanuri, pediatra neonatologista do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo. Sono, alimentação, higiene... tudo isso é essencial para que eles cresçam saudáveis nesses 30 dias, que marcam mudanças físicas e sensoriais de extrema importância.
O que muda?
No fim do primeiro mês de vida, os bebês “engordam” cerca de 1kg na balança, e crescem em torno de 4 cm de altura, representando uma mudança que, apesar de singela, é bem significativa. As características faciais também vão tomando uma forma mais definida a cada dia: a cabecinha aumenta aproximadamente dois centímetros, o tom rosado da pele começa a perder cor e as articulações, que antes eram mais rígidas, passam a adquirir mobilidade. A parte sensorial é bastante estimulada nesses dias, já que reações aos ruídos e melhora da visão começam a aparecer.
Leite materno ou não?
O ideal seria que o bebê se alimentasse exclusivamente com leite materno durante os seis primeiros meses, assim como recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS). Claudia assume que o leite materno possui benefícios imensuráveis em relação às fórmulas artificiais, e protege o bebê contra infecções. Mas, se alguma coisa te impede de amamentar, os leites artificiais são uma alternativa, mas o importante é que seu filho (a), sempre que der sinais de que está com fome, sem importar o momento do dia, se alimente.
Uma assistência com orientações do pediatra que acompanha a criança ensinando a mãe a amamentar da maneira correta é essencial, além do apoio da família, para que um desmame precoce seja evitado. O desmame precoce, segundo Claudia, é um dos maiores perigos para a saúde do bebê futuramente. A pediatra recomenda observar com atenção o número de evacuações e diureses durante o decorrer do dia para avaliar se a amamentação está realmente sendo efetiva para o recém-nascido.
Hora do banho!
Atenção especial ao cordão umbilical. Ele não cai completamente até que se passem, aproximadamente, duas semanas. Enquanto isso não acontece, é essencial que essa partezinha do corpo mantenha-se limpa e seca, só assim a cicatrização acontecerá de forma natural. O melhor jeito é lavá-lo com água e sabonete e, logo após isso, protegê-lo com uma gaze para evitar que a fralda suje essa zona.
Quando o assunto for o banho, cuide para que não seja feito por imersão, pelo menos até que o cordão não tenha caído completamente. O ideal é encher a banheira com uns dois ou três centímetros de água, e ir esfregando suavemente o bebê com uma esponja bem macia. Sempre preste atenção na temperatura da água, que deve ser checada antes do banho, usando a parte interior do pulso. Uma vez que o cordão tenha caído completamente e o umbiguinho estiver cicatrizado, podemos deixar o bebê submerso para tomar banho, mas sempre com a cabecinha levantada, que você deve segurar com cuidado.
Ainda sobre higiene, o contato do bebê com pessoas doentes, locais públicos e ambientes fechados pode facilitar a aquisição de afecções, causando danos à saúde. “Isso pode ocorrer mais facilmente nessa faixa etária devido à baixa imunidade e ao calendário vacinal insuficiente, que é uma característica dos recém-nascidos”, afirma Claudia.
O sono, indispensável para crescer
Um recém-nascido dorme, durante as primeiras semanas de vida, cerca de dezenove horas a cada dia. O hormônio do crescimento (GH) atua no sono, e por isso é imprescindível que o bebê tenha um bom descanso pare favorecer seu desenvolvimento corporal.
A barriguinha do nenê, no repouso, deve estar virada para cima já que, desse modo, segundo a Associação Espanhola de Pediatria, é reduzido o risco de morte súbita, que é quando um bebê morre durante o sono, sem que as causas sejam definidas. “Também recomendamos que as mamães evitem amamentar seus bebês na posição deitada, pois podem adormecer com eles e causar asfixia”, endossa Claudia. Ao colocar a criança para dormir de barriga para cima, refluxo gastresofágico e asfixia ocorrem com bem menos frequência.
Sobre a chupeta, a OMS não recomenda oferecê-la nesse período. Se você amamentar de maneira correta, a necessidade de sucção estará saciada. Caso o bebê caia no choro, o melhor é acalmá-lo e embalá-lo em seus braços, mas procurando sempre evitar que ele adormeça ali mesmo. O berço é a melhor alternativa para evitar que ele não se acostume com esses hábitos, mais difíceis de perder depois que a criança já cresceu um pouco.
Visitas ao médico
Uma semana após receber alta do hospital, é necessário levar o bebê ao retorno médico, para que o pediatra e a enfermeira comprovem que tudo vai bem. A segunda visita médica, por sua vez, é feita depois que o bebezinho já completou um mês de vida.
Entre um e dois meses de idade, os pequenos precisam ir ao Posto de Saúde receber a segunda dose da vacina da Hepatite B, pois a primeira é dada no hospital, assim que eles nascem. Seis meses depois que foi dada a primeira dose, é importante a aplicação da terceira. Para recém-nascidos com o peso abaixo de 2 kg, seria necessária a quarta dose, seguindo o mesmo padrão – 0, 1, 2 e 7 meses – é o que recomenda o centro de Imunização do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo.
Até os 3 meses de vida Claudia conta que esses cuidados são essenciais. Após essa idade, a qualidade de vida do bebê começa a melhorar, principalmente com relação à defesa da imunidade por conta da vacinação mais completa.
O mais importante é poder desfrutar de tudo aquilo que envolve a alegria da maternidade e, principalmente, não se sentir sobrecarregada. Lembre-se de que ser mãe representa um caminho cheio de aprendizado, onde o seu instinto natural também tem muito a acrescentar.
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