O câncer de mama é o segundo tipo mais comum entre as mulheres, ficando atrás apenas do de pele não melanoma. Estima-se que, até o final do ano, 57.120 novos casos terão sido diagnosticados no Brasil, de acordo com dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer). Brincar com a saúde não dá - e, para manter você informada sobre o assunto, convidamos três especialistas que, a seguir, compartilham tudo o que você precisa saber sobre a doença. Vamos lá?
Grupos de risco
A faixa etária de maior incidência do câncer de mama é a partir dos 40 anos – após os 60, os riscos são ainda maiores. Apesar de não existir causa específica, uma série de fatores pode colaborar para o seu aparecimento. A própria genética do indivíduo e o histórico de casos da mesma doença entre familiares, por exemplo, são algumas delas. Mas não é só isso: dietas ricas em gordura, obesidade, sedentarismo e o consumo excessivo de álcool também estão relacionados à enfermidade. “A ingestão de mais de três doses diárias de bebida alcoólica dobra o risco de desenvolver o problema”, aponta Carlos Alberto Reis Freire, oncologista do Hospital San Paolo (SP).
Segundo Ruffo de Freitas Junior, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia (RJ), mulheres que tiveram o seu primeiro filho após os 35 anos também são mais vulneráveis ao câncer de mama. “E a lista se estende àquelas que menstruaram antes dos 12 e só entraram na menopausa após os 50”, completa. A terapia de reposição hormonal pode, em certos casos, favorecer a ameaça.
Sintomas
A presença de caroços na região da mama, secreções no mamilo, vermelhidões, pele enrugada e endurecida, feridas e coceiras são sinais de que algo não vai bem. “O problema do câncer de mama é que, no início, é assintomático. As mulheres só notam o nódulo quando já tem, pelo menos, um centímetro, o que representa uma lesão grande”, alerta Domingos Mantelli, ginecologista (SP). “Daí a importância da realização anual de exames preventivos, caso da mamografia, que pode detectar alterações antes mesmo de as lesões assumirem esse diâmetro e, consequentemente, a doença ganhar força”, frisa Carlos Alberto Reis Freire.
Detecção precoce
Reforçamos: a mamografia é a melhor aliada da mulher para que possíveis tumores sejam descobertos logo no início da doença. “O exame deve ser realizado anualmente a partir dos 40 anos. Em casos de ocorrência de câncer de mama ou ovário em familiares próximos, o ideal é começar a fazê-lo mais cedo, conforme a orientação do médico”, afirma Ruffo de Freitas Junior. Diante da constatação de um nódulo suspeito, o próximo passo é a biópsia. “Retira-se um pedacinho do mesmo para a confirmação ou não do diagnóstico”, detalha Carlos Alberto Reis Freire. Em determinadas situações, também podem ser solicitados ultrassonografia mamária e ressonância magnética a fim de complementar a investigação.
Para fazer em casa: autoexame das mamas
O procedimento deve ser feito mensalmente, de preferência uma semana após a menstruação (mulheres que não menstruam podem escolher um dia aleatório, ok?). “Com o braço elevado e a mão atrás da cabeça, apalpe toda a região da mama: auréola, mamilo e axila também”, ensina Domingos Mantelli. Enquanto você executa os movimentos, fique atenta às possíveis alterações que mencionamos no tópico acima. Veja mais detalhes na matéria Como fazer o autoexame das mamas.
Tratamento
Tudo depende do tipo do câncer de mama (sim, existem diversos!) e até mesmo do estado de saúde da paciente. Os tratamentos podem ser combinados ou não. “Quando há a presença de um tumor maligno pequeno, por exemplo, é possível fazer a setorectomia, cirurgia conservadora que retira apenas a lesão e uma pequena parte do tecido mamário ao seu redor. Para certificar-se de que não há mais células prejudiciais na região, é indicado o uso da radioterapia como complemento”, fala Ruffo de Freitas Junior.
Por outro lado, quando a remoção integral do tumor não é possível, o recomendado é a mastectomia, procedimento que retira completamente a mama afetada. A quimioterapia é outra potente arma para a batalha: os medicamentos administrados durante o tratamento dão cabo às células cancerígenas alojadas na mama, que ainda estejam circulando na corrente sanguínea ou que tenham causado metástase. “O método pode ser utilizado em casos de tumores grandes, para tentar diminuir seu tamanho antes de uma cirurgia ou até mesmo como complemento dela”, comenta Ruffo de Freitas Junior.
Mas cada caso é um caso – e as medidas a serem tomadas variam. O que não há como negar é que, quanto mais cedo o tumor for encontrado, maiores são as chances de cura. “Quando descoberto em seu estágio inicial, a chance de cura pode ultrapassar os 90%. Em casos mais agressivos, o índice cai para 15%”, alerta Domingos Mantelli. Não dá para descuidar, não é mesmo?
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