Imagine uma marca de lingerie que, em vez de colocar o fator sensualidade em primeiro lugar, prioriza pelo bem-estar da mulher contemporânea. Que, em vez de reproduzir corpos inatingíveis em suas propagandas, escala um time de pessoas reais, como eu e você, capazes de entender que usar calcinha e sutiã todos os dias não deve ser nada parecido com um sacrifício.
Imagine uma grife capaz de produzir quimonos, calcinhas, hot pants, sutiãs, shorts, sleep dresses e camisas a partir do conceito de slow fashion, de forma justa e democrática, com tamanhos que vão do PP ao EXG. Não, você não está sonhando - a marca existe e atende por Gioconda Clothing, muito prazer.
O nosso site parceiro de aventuras, a.k.a, FTC, bateu um papo bem legal com o pessoal da Gioconda - para entender a iniciativa tintim por tintim, acompanhe a entrevista abaixo.
FTC: Quem é a criadora da Gioconda Clothing e como foi o processo até chegar a marca artesanal?
A Gioconda foi criada pela Cínthia Santana, que sempre sonhou em trabalhar de forma independente, pois nunca havia se encontrado no mercado de trabalho e sentia seus conhecimentos subaproveitados. Seu maior objetivo era explorar o lado criativo em todas as áreas que havia passado: a arte, a moda e o editorial.
O grande momento partiu de uma necessidade banal e de uma lembrança afetiva de família. Ela tinha dificuldade em encontrar calcinhas e roupas de algodão. Então lembrou das calcinhas que sua mãe costurava antigamente, a partir de restos de tecido usados para fazer lençóis.
Nessa época, ela dedicou toda sua energia na criação da marca, que carrega muito do que almejava para a sua vida. Depositou toda sua ânsia por uma vida fora dos padrões convencionais de trabalho, e consequentemente de estilo de vida. Então fez um recorte dentro desse universo e focou em roupas para usar em casa: 'De tanto procurar por calcinhas de algodão que fossem confortáveis, decidi confeccionar as minhas próprias, inspiradas naquelas calcinhas que muitas mães e avós faziam com o resto de tecido dos vestidinhos, pijamas e lençóis', conta Cínthia.
FTC: Há quanto tempo a marca existe e quais materiais utilizam?
A Gioconda existe há dois anos. Nossas peças são feitas essencialmente com tecido de fibras naturais, como o algodão. Damos prioridade ao algodão para a maioria das peças, porque suas fibras permitem que a pele respire melhor, e esse detalhe faz toda diferença na saúde da mulher.
Uma grande parte das mulheres está tão acostumada com outros tecidos usados em suas calcinhas, que até estranha quando prova as peças de algodão. Mas, quando elas começam a usar, percebem a diferença - não só para a saúde, mas também na questão do conforto.
FTC: A gente já falou bastante aqui sobre o lowsumerism (viver somente com o necessário), sobre marcas veganas e a conscientização do consumidor. Como a Gioconda se encaixa nesse processo?
Por ser uma marca pequena e independente, a Gioconda tem responsabilidade em garantir que os funcionários trabalhem de forma livre e sejam remunerados de forma justa. Valorizamos a matéria prima local, e assim acreditamos que impulsionamos não só o comércio entre pequenos, mas também o empreendedorismo feminino.
Outra característica importante da Gioconda é sempre informar a qualidade do produto e sua procedência. No site atual, também disponibilizamos uma lista com a função de cada pessoa no processo de produção. Dessa forma, tornamos o negócio transparente, sugerindo uma relação mais próxima com o consumidor.
FTC: Qual o perfil da mulher Gioconda?
Costumamos falar que a mulher que usa Gioconda Clothing tem espírito livre e alma antiga. Elas valorizam o conforto e o bem-estar do corpo e preferem peças íntimas que vão além do fetiche masculino.
São mulheres que proporcionam a si mesmas momentos de autocuidado e de contemplação, o que faz com que encontrem o amor próprio e saibam se colocar potencialmente no mundo.
FTC: Qual foi primeira peça e o que ela representa hoje para a marca?
A primeira peça foi a calcinha basic, produzida e vendida até hoje, que é o carro-chefe da marca. Para nós, essa calcinha carrega uma memória afetiva do fazer manual e do feito em casa, além de significar uma forma de libertação em relação às peças de lingerie convencionais, extremamente direcionadas ao público masculino.
Fora ela, temos também os kimonos e as cuecas samba-canção, que juntas formam a tríade das peças mais emblemáticas da Gioconda.
FTC: Estão tocando algum projeto específico atualmente? O que vem pela frente?
Estamos lançando agora nosso novo site, com uma plataforma de venda online mais robusta e agradável para as clientes. Junto com ele apostamos no Manifesto da Preguiça, que é a essência da Gioconda e nossa forma de estar no mundo.
Paralelamente a isso estamos desenvolvendo uma linha de produtos em algodão orgânico com uma proposta bem diferente do que oferecemos até agora, mas sem deixar de lado nossos valores.
FTC: Qual a maior inspiração da marca?
Com certeza o movimento Slow Living, que basicamente é desacelerar. A Gioconda convida cada um a fazer uma pausa e dedicar um tempo a si mesmo, ao autocuidado e ao amor próprio. Com isso é possível se conectar com a energia criadora de uma forma profunda e deixar fluir a potência que cada pessoa tem dentro de si.
Você encontra a coleção completa da Gioconda Clothing lá no site oficial da marca. Para manter-se atualizada, acompanhe também as novidades pelo Instagram e Facebook da loja.
Texto original, Follow The Colours
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